E lá estava ela, sentada no fundo da sala sem mais ninguém
pra conversar além de seu doce mini cãozinho de pelúcia, que sempre guardava na
mochila. Lembra como se fosse ontem da época em que se separou de suas amigas,
uma triste lembrança que guardará pra sempre na memória. Era um grupo de 5
amigas que se diziam inseparáveis, tinham milhares de fotos e andavam por ai de
“mãos dadas”. Nas apresentações de trabalhos não tinha para ninguém, sempre
tiravam 10, pois eram estudiosas e sabiam se expressar diferentemente dos
componentes de outros grupos. As tardes de “fofocas” eram as melhores, pois ali
se sentiam completas e sabiam que poderiam sempre contar umas com as outras,
independentemente do assunto falado. Sempre tinham os desentendimentos, mas no
final tudo voltava a ser da maneira que era antes, como se nada houvesse
acontecido.
Meses se passaram e as brigas foram
ficando constantes, nem desculpas adiantavam mais. Ficavam de mal por dois ou
três dias, até que uma se cansou e falou tudo o que passou pela cabeça,
humilhou as meninas na frente de toda a classe e mostrou que não agüentava
mais, disse que não queria mais olhar para a cara delas, pois de uns tempos
atrás estava sendo a mais ignorada e esquecida das 5. Ela foi sendo deixada
para trás não somente pelas antigas amigas, mas pela maioria das pessoas do
colégio onde estudava. Estava com a consciência pesada, pois sabia que tinha
deixado as meninas mais tristes e desapontadas, mas por outro lado estava bem,
já que tinha desabafado e soltado tudo o que lhe prendia.
E hoje eu me pergunto se um dia
irão voltar a ser como eram antes. Mas nas vezes em que pensei sobre isso,
achei que não, pois tudo acabou em um estalar de dedos, e as mágoas devem estar
no coração partido de cada uma delas, sem uma conversa de consolação, e sem um
“eu te perdôo, amiga”.
Juliana Orihuela
Nenhum comentário:
Postar um comentário