19/01/2013

Companheiro da solidão


Eram apenas papéis em cima da escrivaninha, ao lado alguns lápis e canetas, nenhuma borracha. Pensava ela como iria apagar todos aqueles “desenhos” feitos nas horas em que não tinha outra coisa para passar o tempo.
Todas aquelas vezes que se sentia sozinha ela desenhava, e quando estava com raiva também. Tudo era motivo para usar uma folha de papel até o espaço acabar.
Lembra da vez em que estava na escola, sentada em sua carteira esperando algo de diferente acontecer. Mas como todas as vezes nada tinha mudado, sempre as mesmas coisas, mesmas brincadeirinhas sem graça. Pegou o seu caderno, foi direto na ultima matéria onde todos os “segredos” estavam, mas ninguém conseguiria decifrar “aquela coisa” que desenhava nas folhas. Começou, e a partir daí se desligou da realidade, nada poderia atrapalhar o seu mundo trancado com um cadeado. 
Depois de toda aquela viagem no tempo, ela volta a usar seu lápis preto que está quase indo embora.
A vida da menina era apenas uma bagunça, não tinha nada organizado e sempre fazia as coisas correndo depois de levar uma breve bronca por não ser responsável. Aqueles papéis iam voando por todo o quarto quando o ventilador era ligado, e para juntar todos dava um trabalho danado.
Mas o que até ontem ninguém sabia, é que esses desenhos não tinham uma forma exata, eram apenas rabiscos. Riscos feitos em uma folha branquinha de caderno. E como a minha avó diz “Mais uma árvore sendo jogada fora”.

Juliana Orihuela



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